Já se foi o tempo em que sair as ruas de União da Vitória e Porto União era tranquilo. Hoje os pedestres disputam palmo a palmo ruas que não foram planejadas para suportar tantos carros, motocicletas e caminhões. Ao longo dos anos várias obras contribuíram para o estrangulamento das vias de rolamento nas duas cidades. Uma delas é a canaleta da Avenida Manoel Ribas. Entre as ruas professor Cleto e Carlos Cavalcante um calçadão foi construído em meados da década de 1980. isso mesmo, a principal artéria da cidade foi interrompida por um calçadão. Quando resolveram tirar o calçadão do local, um briga judicial garantiu que um dos quiosques (cafezinho) ficasse como uma espécie de monumento à falta de planejamento. E está no meio da Avenida até hoje. A solução foi criar uma curva na principal avenida que liga as duas cidades. O resultado é o que se pode ver diariamente ao circular pelo anel central de União da Vitória.
Em Porto União a possibilidade de novos acessos entre União da Vitória e Porto União é quase nula. A concentração de escolas, igreja, hospital, praça e clube causa um tumulto fenomenal no trânsito Na região das Ruas General Bormann, XV de Novembro e Frei Rogério. Outro ponto de estrangulamento é o Trevo do Posto Iguaçu, no entroncamento da Rua Sete de Setembro com a João Pessoa, onde segundo levantamento do Departamento de Trânsito do município, 10% de toda a frota emplacada em Porto União passa pelo local diariamente.
Sinalização e mobilidade
Outros problemas contribuem para o caos no trânsito. A falta de semáforos, a falta de educação de motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres e a falta de integração entre os dois municípios para solucionar as questões que afligem a sociedade. Os municípios já deveriam ter pensado em medidas como corredores exclusivos para ônibus, ampliação de ciclovias, e garantir o cumprimento das leis municipais, como tráfego de caminhões em ruas do anel central, estacionamento de carga e descarga.
De acordo com dados do Censo IBGE 2012, União da Vitória tem frota de cerca de 28.189 veículos entre caminhões, veículos pequenos e motocicletas. Porto União tem 16.113 veículos, também segundo levantamento do IBGE. Só a frota emplacada nos dois municípios chega a 44.302 veículos automotores. É preciso não esquecer da frota flutuante, ou seja, dos caminhões, carros e motos que não estão nos registros locais mas estão ou passam pelos dois municípios.
As ações desenvolvidas no setor são na maioria paliativas, como colocação de lombadas e placas de advertência. Os administradores reclamam que o custos dos semáforos são elevados, mesmo provada a relação custo benefício. Mas os vilões mais citados pelas pessoas que reclamam do trânsito são os ciclistas, que andam pela contramão, nas calçadas e frequentemente cortam a via preferencial. A Polícia Militar de União da Vitória diz que um em cada três acidentes envolvem ciclistas. A conta fica em dois terços das ocorrências, se levarmos em conta o envolvimento de ciclistas e motociclistas. Os dois prefeitos sabem que é preciso desenvolver políticas conjuntas para melhorar o trânsito. A tarefa é espinhosa, mas já passou da hora de ser encarada pelas autoridades.