União da Vitória pode dar adeus ao seu único CEP

Por ter mais de 50 mil habitantes, União da Vitória tem direito a muito mais do que apenas um código postal

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Atualizado há 11 anos

Por Mariana Honesko

Correios
Nova identificação terá que ter o nome da rua e o código postal (Fotos Mariana Honesko/Jornal O Comércio)

Não é oficial, mas a decisão para definir o aumento da quantidade de CEPs deve ocorrer nos próximos dias. União da Vitória poderá ser enquadrada no circuito dos Correios que prevê, para cada rua, um novo código postal. A regra, segundo o técnico da empresa em Curitiba, Rafael Thomas, garante a possibilidade para cidades com população igual ou superior aos 50 mil habitantes. “O critério principal dos Correios é este. Quando tem 50 mil, a empresa opta por fazer essa codificação na cidade”, explica.

A adesão ao que propõe os Correios não é obrigatória. Na verdade, para valer, o projeto depende da parceria da empresa com a prefeitura. É ela quem precisa dar suporte para a validade dos novos códigos. “A prefeitura precisa ajudar na questão do urbanismo. Os Correios precisam de mapas, relação de bairros e logradouros que são de responsabilidade da Administração”, lembra Thomas. Entra neste aspecto, ainda, a identificação das novas ruas e a colocação das placas – nos postes, por exemplo – já com o novo código. Segundo a Assessoria de Imprensa da Prefeitura, porém, a reunião para “bater o martelo” não tem data marcada.

Vantagens

A multiplicidade de números soa como confusa mas, segundo os Correios, a identificação de cada rua garante mais agilidade nas entregas, além de apresentar vantagens aos moradores. “Até na questão de comércio eletrônico ou na identificação de sua rua perante os órgãos públicos”, aponta Thomas.

Para os entregadores, o trabalho deve ficar mais fácil. De acordo com a equipe do Centro de Distribuição Domiciliar (CDD), em União da Vitória, a partir da mudança as correspondências virão triadas da capital. Hoje, a separação ocorre no próprio CDD. A mudança traria alívio ao trabalho.

Para atender o município e uma demanda diária de até 1.500 correspondências, os Correios dispõem de 13 carteiros, nove motocicletas e outros três veículos. O CEP padrão – 84600-000 – já não comporta mais o tamanho da cidade. Assim, atrasos ou devoluções para o remetente não são raros. Ainda de acordo com o CDD, se aprovada, a medida entra em vigor automaticamente. A expectativa é de que a adaptação ocorra entre seis e 12 meses.

Como funciona

A escolha dos números é feita nos Correios em Curitiba. Assim, eles já vem prontos para cada rua da cidade. O modelo já é aplicado no País, em cidades nem tão maiores que União da Vitória já fazem uso do modelo. Como é o caso de São Bento em Santa Catarina.

Logradouros menores provavelmente terão um único código postal. Já os maiores podem ter mais. Um levantamento prévio feito pelo CDD do município acredita que pelo menos duas vias entram neste critério: a Marechal Deodoro e a Bento Munhoz da Rocha Neto. Especialmente nestes casos, as vias podem ter até três códigos diferentes.

Nada na caixinha

Correios - loteamento
Novos conjuntos habitacionais, como o Vila Coradin, ainda precisam de identificação para receber suas correspondências

Criados recentemente, três novos conjuntos habitacionais ainda dependem da Prefeitura para que possam receber suas cartas, cobranças ou propagandas pelos Correios. Moradores do Panorama II, Bom Jesus e do Vila Coradin precisam procurar o CDD para retirar suas correspondências. O cenário só mudará a partir do “batismo” e identificação das ruas que foram há pouco criadas. Os imóveis também precisam ser identificados.

Cães soltos dificultam trabalho

Para a equipe que distribui as correspondências, não é a falta de códigos postais o que limita a agilidade do trabalho. A equipe reclama do número em excesso de cães soltos. A concentração maior – e os problemas – está estacionada especialmente no Lagoa Dourada, Limeira e Ponte Nova. O CDD garante que todo mês até três funcionários ficam afastados temporariamente por terem sido vítimas de agressões. Medidas mais radicais terminam na suspensão das entregas em alguns trechos até que os cães voltem para as coleiras.